Gostava que, por um dia, vivesse como os meus pais viveram. Por um dia, sentir a pureza do que é não ter um meio de comunicação instantâneo. Queria esconder o meu telemóvel, desligar o meu computador. Queria que ele aparecesse em minha casa sem me avisar, que me fosse buscar à escola sem eu saber, que me desse uma carta em vez de uma SMS.
Um dia, ele disse-me: "Estamos a namorar por cartas, mas da maneira do futuro."
Eu acreditei nele e, sei que é a mais pura verdade, mas gostava de experimentá-lo.
Gostava de sentir o que é o espontâneo, o inesperado. A beleza está nos pequenos momentos sem organização, sem controlo, sem acordo prévio. Um dia faço-o, guardo tudo e vivo sem 'bips' de segundo a segundo. No dia seguinte? Abro a gaveta, vejo 50 chamadas não atendidas e sorrio.
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